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«Sou americano, nascido em Chicago - Chicago, aquela cidade sombria -, e encaro as coisas da maneira que aprendi a fazer sozinho, em estilo livre. Vou, portanto, fazer o relato à minha maneira.»
A narrativa picaresca das glórias e adversidades do seu destino são contadas na primeira pessoa por Augie March, um rapaz pobre que cresceu durante a Grande Depressão, cuja principal motivação é a busca do amor e não um emprego para a vida ou uma morada na zona pobre da cidade. Essa história envolve uma grande quantidade de esquemas e episódios mirabolantes - da relação com pugilistas ao contrabando de emigrantes, do roubo de livros à organização de sindicatos, da segurança mexicana de Trotsky ao treino de águias temperamentais para caçar lagartos gigantes, ou até a salvação da humanidade por meio da abolição do aborrecimento.
Escusado será dizer que estes propósitos são acompanhados (e interrompidos) por relações com mulheres fortes, sempre excelentes amantes e, por vezes, ricas. Otimista na juventude, cínico e pessimista na idade adulta, Augie March é o arquétipo do anti-herói errante da literatura norte-americana contemporânea e a sua autobiografia é esta epopeia irónica, habitada por personagens inesquecíveis e decisões inusitadas.
As Aventuras de Augie March, publicado originalmente em 1953 e logo distinguido com o National Book Award, é um romance que mudou a linguagem da literatura norte-americana e marcou para sempre a obra e a vida de Saul Bellow, Prémio Nobel da Literatura em 1976.