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Quando a Armada de Pedro Álvares Cabral, depois de descobertas as Terras da Santa Cruz, prosseguia a sua viagem para a Índia, um grande cometa rasgou os céus durante dez noites, parecendo apontar com o seu raio agoureiro para o Cabo da Boa Esperança. Bartolomeu Dias tem o pressentimento da morte e recorda a sua vida, passada quase inteiramente a bordo das caravelas de descobrir.
Num labirinto de recordações, a viagem do presente vai entrelaçar-se com as imagens de outras viagens, sobretudo com a que revolucionou o mundo conhecido, abrindo o caminho da Índia a Vasco da Gama e aos navegadores que lhe sucederam.
Com amargura, relembra as intrigas, crimes e jogos de poder dos seus senhores, que testemunhou nos breves momentos passados em terra e na Corte. E, com intensidade, vem-lhe à memória a história de amor, proibida e condenada à tragédia, com uma escrava, na prisão acanhada, fedorenta e claustrofóbica da caravela de descobrir, onde durante ano e meio cerca de quarenta homens viviam "um inferno na terra", sob a constante ameaça de uma morte iminente.