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"Mariana Salomão Carrara retoma o seu jorro neurótico e humano contando agora a história da septuagenária Aurora, encontrada sem memória e descalça à beira da estrada e procurando por uma certa Camila. Para uma pessoa com amnésia, Aurora recorda-se de muito, sobretudo, das muitas mortes da filha Camila, sempre alternadas com momentos solares na companhia da melhor amiga de infância. Seriam essas lembranças reais? Camila, afinal, é a filha morta ou a bela amiga? Poderia uma mãe, tão obsessiva com a finitude humana e tão obliterada pela possibilidade da morte de uma filha recordar qualquer coisa sobre a vida dela? Aurora não sabe sequer se teve mesmo um bebé. Pergunta-se, ao tocar a barriga, se alguma vez foi capaz de gerar um filho ali dentro, "não ter um filho é praticamente certificar-se da ausência de tragédias". Aqui a morte é temida, repetida, imaginada, exagerada, esmiuçada e listada de tantas formas que é quase possível rir dela ou - acreditamos que Carrara tenha conseguido esse feito - vencê-la."