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Até hoje inéditas, estas cartas são agora publicadas nos idiomas originais — francês e inglês — e em tradução portuguesa.
A notável troca de correspondência publicada neste volume faz-se sobretudo entre Calouste Gulbenkian, que se encontra em Lisboa, e o seu único neto, Mikaël Essayan, aluno de um colégio interno britânico, na década de 1940, em plena guerra. Os pais de Mikaël estão em Paris, então ocupada pelos nazis, e a comunicação directa com o filho é quase impossível. Gulbenkian responsabiliza-se pela educação do neto, que faz parte de uma minoria no seio da cultura britânica dominante, e enfrenta os desafios sociais e académicos dessa condição.
Além disso, tem de lidar com a ausência dos pais, um tio manipulador e um avô que se preocupa profundamente com ele mas pretende controlar todos os aspectos da sua vida. Tudo indica que Gulbenkian quer preparar Mikaël para se tornar seu sucessor nos negócios, herdeiro do nome da família e do seu legado.
Estas cartas são porventura o melhor testemunho para compreendermos os valores, as ideias e as convicções mais profundas do Sr. 5%, um homem de natureza eminentemente privada. Além das decisões sobre assuntos importantes e mundanos da vida do seu «delfim», ficamos a saber o que significava para Gulbenkian uma «boa» educação, o que ele pensava acerca da identidade arménia, como acreditava que um «cavalheiro» deveria comportar-se, o que era para si um presente de Natal adequado.