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Se Stendhal dizia que o romance é um espelho que passeia ao longo dum caminho, com Proust este espelho estilhaçou-se, deixando de oferecer uma imagem linear e unívoca da realidade para dar, como um caleidoscópio, o reflexo da vida em mil pequenos fragmentos.
Do prefácio de Maria Gabriela Bragança.
Marcel Proust nasceu em Paris, a 10 de Julho de 1871. Desde a infância, é vítima de uma saúde precária que o mantém em constante sofrimento. Pertence a uma família burguesa parisiense. O seu pai era professor na faculdade de Medicina de Paris, enquanto ele envereda pelos estudos literários.Ligado à sociedade «mundana» de Paris, passeando por entre paixões e caprichos, intrigas e tormentos, foi, em primeiro lugar, um escritor de salão. Escritor da noite, como lhe chamam alguns, virtuoso na arte de sofrer e hábil a criar a sua própria lenda, bebe dos salões que frequenta a inspiração máxima para criar os personagens que formaram o universo sentimental ou mundano de Proust.
A partir de 1909, a sua saúde piora e passa a ter uma vida muito recatada. Em 1911, termina Do Lado de Swann (publicado em 1913). Até à sua morte, em 1922, continua a sua obra, uma série de romances sob o título genérico de Em Busca do Tempo Perdido, a maior parte deles publicados pos mortem.
Proust representa na literatura uma forma de sensibilidade que encontra, na pintura, a sua expressão com Monet e que se aparenta, em certos aspectos, nomeadamente com a sua meditação sobre o tempo, com a filosofia de Bergson.