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Um acontecimento real - as sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região do Norte de Moçambique - é pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas. Como afirma um dos personagens, "aqui não há polícia, não há governo, e mesmo Deus só há às vezes". E A Confissão da Leoa, através da versão de Mariamar, habitante da aldeia de Kulumani, e o diário do Arcanjo Baleiro, o caçador contratado para matar os leões - os dois narradores desta história - vai expondo diante dos nossos olhos como a guerra, a fome, a superstição, podem transformar os homens em animais selvagens: " foi a vida que a desumanizou. Tanto a trataram como um bicho que você se pensou um animal". Sobre e contra este pano de fundo ergue-se uma extraordinária figura de mulher - Mariamar.
A Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jerusalém, já conhecidos do leitor português.
Excelente estado de conservação.