Lolita

"Lolita é uma das obras mais polémicas da literatura americana. Foi inicialmente recusada por vários editores devido ao conteúdo considerado demasiado mórbido para o sentido de pudor do público.

O romance foi publicado pela primeira vez em Paris, no ano de 1955, tendo sido acolhido com opiniões discordantes: houve quem o definisse como um dos melhores do ano e quem o condenasse como pornografia pura. 

A obra só viria a ser publicada nos Estados Unidos em 1958, depois de superadas diversas dificuldades, conquistando rapidamente o topo das tabelas de venda.

Lolita é, de certo modo, uma história de pedofilia, sendo porém, e sobretudo, uma apaixonada história de amor e destruição, escrita por Nabokov com grande intensidade evocativa e com elegante e irónico desespero. O protagonista é o maduro e inquieto professor Humberto, que sempre se sentira atraído por meninas. Encontrando-se na cadeia a aguardar julgamento por homicídio, narra, através da fórmula da confissão-memória, a irreprimível e desastrosa atração por Lolita, a filha de 12 anos da sua senhoria. Para poder estar sempre junto da sua "ninfeta", casa com a mãe. Quando esta morre num acidente de viação, Humbert empreende com Lolita uma longa viagem pelos Estados Unidos, durante a qual tem oportunidade de desabafar a sua paixão, até porque a menina se revela disponível e desinibida. Certo dia, Lolita desaparece misteriosamente, deixando Humbert em desespero. Passados vários anos, voltam a ver-se. O professor consegue saber o nome do homem responsável pela fuga da rapariga, procura-o e mata-o. 

A narração desenvolve-se com grande abundância de jogos linguísticos e é enriquecida com inúmeras referências a autores e obras, graças à reelaboração de temas já utilizados por Nabokov noutros romances."