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Nos dois volumes da História da Arte Portuguesa no Mundo, 1415 - 1822, um dedicado ao espaço do Atlântico e outro ao espaço do Índico, são estudados fenómenos artísticos resultantes da gesta dos descobrimentos marítimos e da nossa expansão territorial, na África, na Ásia e nas Américas.
O objecto fundamental deste trabalho é a estética que levámos, para além-mar, para terras habitadas ou desertas, e que, aí, praticámos à nossa usança, como dizi Afonso de Albuquerque, em pé de igualdade com tudo o que resultou da miscigenação da arte europeia com a arte das gentes com quem convivemos. Por isso, interessam-nos tanto as igrejas ou os palácios que construímos, dentro das fortalezas que, por todo o mundo, levantámos, como a produção artística de outros povos que nunca estiveram sob domínio político-militar português, mas que alteraram a sua arte, como aconteceu no Japão e nas terras do Império Mogol, nos séculos XVI e XVII.
Estudam-se todas as disciplinas artísticas, o urbanismo, a arquitectura, a escultura, a pintura, a ourivesaria, etc., e até o fabrico de objectos do quotidiano, dos tecidos e imobiliário. Baseada numa continuada investigação em arquivos nacionais e estrangeiros e na visita sistemática aos lugares onde ainda existem vestígios das obras feitas por portugueses ou por estrangeiros ao serviço de Portugal e do padroado português, este trabalho tem por limites cronológicos os anos de 1415 e 1822. O primeiro por ser o do início da expansão, com a conquista de Ceuta, e o segundo, o momento da independência do Brasil, numa época em que também as formas de colonização mudavam radicalmente e que é quase coincidente com a extinção das ordens religiosas, facto que desarticulou todos os sistemas de produção artística e de circulação das obras de arte.