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Isabel I afigura-se-nos apaixonante, quer como mulher, quer como soberana. A sua fisionomia é uma das mais complexas que se possam imaginar. A sua virgindade era real, ou simulada? Voluntária, ou forçada? As suas perpétuas hesitações denunciavam um traço essencial do seu carácter, ou não seriam, antes, disfarces destinados a mascarar o curso progressivo de desígnios pensados? As violências, as predilecções súbitas, as bruscas reviravoltas, a imprevisibilidade dos actos, as pretensões à beleza, o gosto desordenado pelos atavios, não eram mais que fraquezas femininas, ou constituíam, nas suas mãos, armas cuidadosamente brunidas de que se servia com uma destreza estudada? De que recalca mentos sofria ela exactamente? Era avara, ou apenas económica? Vingativa, ou apenas previdente? Circunspecta, ou apenas pusilânime? Apaixonada, ou apenas histérica? Outras tantas perguntais a que não se pode responder senão aproximativamente e cuja solução, quando julgamos tocá-la, se esquiva à brusca luz duma nova contradição.
Bom estado geral, com marcas do tempo.
Páginas 310, Capa mole.