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«Este livro nasceu do sentimento de que, no contrato que estabelecemos com o Estado, somos nós, cidadãos, quem geralmente perde.» Nestas páginas, Maria Filomena Mónica visita os lugares do poder, onde ele se exerce ou exibe - no Parlamento, nos tribunais, nas reuniões camarárias, nos congressos dos partidos, nas repartições ou na Igreja Católica. Vai como uma repórter, captando as palavras dos políticos e dos burocratas, mas também o de pessoas comuns que enfrentam o poder demolidor do Estado e das instituições que deviam servir os cidadãos e que, pelo contrário, são monstros inamovíveis. Complicam a nossa vida, isolam-se, tornam-se demasiado poderosos e, ao mesmo tempo, ridículos e enfadonhos, como acontece com os políticos: «Tão enfadonhos que cheguei a suspeitar que os seus discursos constituíam uma estratégia deliberada para adormecer o país, a fim de poderem actuar à vontade.»