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Na versão definitiva desta obra (1880), conjugam-se três fatores já previamente salientes na carreira de Eça mas cuja importância relativa e cujo significado se irão modificando: um dado propósito de crítica social contemporânea; uma dada perceção de como determinadas personagens, enganando as outras, se enganam afinal a si próprias, fingindo acatar pautas morais de comportamento; e uma certa auréola de sonho que elas exalam. Assim, em qualquer das três versões deste romance se evidencia uma violenta crítica ao clero católico que já tem raízes nos Iluministas ou no romantismo liberal, e aos efeitos da sua burocratização constitucionalista, da sua presença em lares burgueses.
A. J. Saraiva e Óscar Lopes, in História da Literatura Portuguesa, 17.ª ed., Porto Editora (adaptado)