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«Cidade Solitária propõe-nos, entre outras coisas, uma vasta teia de solidões, silêncios cheios de coisas não ditas, personagens que rosnam apenas, figuras que se parecem com hóspedes longínquos, pedaços de frases suspeitas, gente que pensa que as palavras (são) um risco, as pessoas [...] um deserto, personagens que se aproximam em bicos dos pés, mãos vazias, atividade(s) [que são] um logro, segredos que ocultam a falta de limpidez, de espontaneidade nas relações com os demais, percursos, vidas que concluem: não confies, destinos envolvidos num frio medular, enfim, colhendo quase ao acaso, aqui um homem que, friorento [...] ocupava mais espaço do que os outros lhe haviam destinado, ali um outro que comia cercado de sombras do passado... Um inventário de lapsos, de falhas, de silêncios, de desconfianças, de segredos, de conjuras.»
Eugénio Lisboa