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A personagem central de Domingo à Tarde é, pois, como seria de prever, um médico; desde logo, trata-se de uma personalidade desagradável, irascível, cínica, imbuída de si mesma, o que é agravado pelo facto de pertencer ao serviço mais indesejado do seu hospital, o das doenças malignas […] Os pacientes de Jorge, ao termo desta experiência, não serão mais mortos-vivos, incuráveis, mas vivos condenados à morte, como, afinal, todos nos deveremos sentir.
Esta história exemplar de amor e de morte poderia parecer extrema, mas não o é; o próprio jogo do ambiente, das rivalidades, das ambições, das rotinas, atua sobre o comportamento de Jorge.
A seu lado, move-se uma jovem médica, Lúcia, que o ama, que adivinhou o que esse jogo esconde, e que, com espontaneidade, seguindo a voz do coração, sabe como se deve lidar com os doentes e com os doentes em potencia que nos somos.
(André Bay)