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(Livros B #25)
Cyrano de Bergerac (1619-1655), espadachim e aventureiro tornado célebre pela peça homónima de Edmond Rostand (1897), cuja vida inspirou Alexandre Dumas nos «Três Mosqueteiros», é o autor deste extraordinário romance, na boa tradição francesa de Rabelais: a natureza do herói de aventuras maravilhosas que pertencem à fábula, é desacreditada pelo seu lado cómico, não deixando de interrogar com notável pertinência os grandes temas da actualidade, adverso da autoridade e do absolutismo, defensor da liberdade intelectual. Como verdadeiro racionalista, põe em causa a imortalidade da alma e a Providência, os dogmas da Génese, a existência dos milagres.
Mas, a Viagem à Lua, publicada postumamente em 1657, é, sobretudo, uma notável antecipação das maravilhas da técnica: vai do aeróstato ao pára-quedas, descreve o mundo dos cheiros e dos extraterrestres, numa viagem imaginária plena de recursos geradores de uma verdadeira utopia.