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«Todo homem é a ruína de um homem, eu poderia ter pensado. Aquele homem que se apresentava aos meus olhos era a encarnação dessa máxima, um ser em estado precário, um corpo soterrado em seus próprios escombros.»
Assim começa A ocupação e a viagem de Sebastián, que vive uma pequena tragédia familiar: o aborto espontâneo de um filho, inaugurando um penoso período de luto, a par e passo com o internamento prolongado do pai, com um pulmão perfurado. Sem saber como agarrar o fio da sua própria existência em ruínas, o narrador recebe uma chamada de um refugiado sírio, convidando-o para uma conversa. Vendo nesse convite o pretexto necessário para se evadir do quotidiano, Sebastián vagueia por São Paulo rumo ao Hotel Cambridge, ruína de um prédio outrora grandioso e no presente ocupado por um grupo de sem abrigo. Mergulhando nas histórias que o edifício encerra, o nosso narrador será por elas ocupado, até também ele se esquecer de quem era antes.