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Kautokeino, Lapónia Central, 10 de Janeiro. Noite polar, frio glacial. Amanhã o Sol, desaparecido há quarenta dias, vai renascer. Amanhã, entre as 11h14m e 11h41m, Klemet voltará a ser um homem, com uma sombra. Amanhã, o Centro Cultural vai expor um tambor de xamã oferecido por um companheiro de Paul-Émile Victor.
Mas o tambor é roubado durante a noite. As suspeitas irão desde os fundamentalistas protestantes aos independentistas samis. A morte de um criador de renas não contribui para melhorar a situação. A Lapónia, na aparência tão tranquila, vai revelar-se uma terra de conflitos, de cóleras e de mistérios. Klemet, o lapão, e Nina, a jovem colega de equipa, agentes de polícia das renas, lançam-se numa investigação frustrante. Mas, em Kautokeino, ninguém gosta de quem faz ondas. Ordenam-lhes que voltem às patrulhas de motoneve pela tundra e à pacificação das eternas querelas entre criadores de renas.
Os mistérios do 72.º tambor vão alcançá-los. Porque confiou, em 1939, um dos guias samis à expedição francesa aquele tambor? De que mensagem era portador? Que contam os joïks tradicionais que o velho tio de Klemet canta? Que vem fazer à aldeia aquele francês que gosta demasiado de raparigas muito novas e que parece conhecer tão bem a geologia da região? A quem se dirigem as orações da piedosa Berit? Que esconde a beleza selvagem de Aslak, que vive à margem do mundo moderno com a sua mulher meio louco?