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"A partir de 1888, em Coimbra, António Nobre tenta sem êxito o curso de Direito, entrega-se a uma vida literária e de boémia, tonando-se conhecido pela sua extra- vagância dândi, ao usar um fez marroquino ou um camisolão poveiro, anuncia- dora de traços narcísicos a que a obra literária não será alheia, e trava uma amizade para toda a vida com Alberto de Oliveira, que virá a ser um dos cultores do nacionalismo literário, e com quem participa numa das revistas do simbolismo luso, Boémia Nova.
(...) «Que é o livro mais triste que há em Portugal!» - verso célebre
de Só, o último do poema «Memória», tem sido responsável
pela colagem do livro à experiência biográfica da doença
prolongada quando, na verdade, foi publicado antes da
sua eclosão. Relevante terá sido, isso sim, para o seu
desenho temático, a vivência do exílio em Paris,
que em articulação com a evocação da memó-
ria feliz da infância como paraíso perdido
contrastante com um presente de ausên-
cias, atravessa o livro e encontra forma
lapidar no poema «Lusitânia no Bairro Latino»."