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A história que vai ler-se é simples como as plantas e nasceu como elas naturalmente, embora, como elas, tenha por vezes formas inesperadas. Não tem intenção de provar coisa nenhuma mas, se a tivesse, seria a de que há uma lógica do absurdo tão verdadeira, pelo menos, como a lógica racional, embora muito mais espontaneamente aceitável do que ela e, se não fosse perigoso tocar em tais questões, muito mais parecida com aquela que usam os artistas que o povo entende: oleiros de romaria que fazem gatos dourados com manchas vermelhas e cara de gente, contistas de serão provinciano que inventam histórias da carochinha, e aquele poeta extraordinário e desconhecido que inventou o rico pico serenico quem te deu tamanho bico ou de ouro ou de prata mete aqui nesta buraca.
Resumindo, pois, o que vai seguir-se, porque é narrado de forma sem pretensões, é Apenas uma Narrativa e, porque assim me pareceu bem, subintitula-se Romance.
A quem não cheguem estas explicações, absolutamente desnecessárias, recomenda-se que não leia este livro. Aos outros também, por modéstia obrigatória, sem nenhuma convicção.