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Não aconteceu nada em Hiroshima é obrigar a olhar para lá, para esse turbilhão negro no ar, para os corpos mutilados no momento ou num futuro mutilado, e obrigar-nos a recuar [...], e esse olhar não é fuga ao passado mas antes uma insistência que torna o presente mais acutilante: esse não aconteceu nada que diz que constantemente ele está ainda a acontecer, sob esta forma (na Ex-Jugoslávia, Palestina-Israel, nas guerras "desejadas" contra o Iraque, etc.) ou sob outra forma, proposta no texto, nesse desejo constante de vida, de afirmação de vida que, na companhia de Deleuze (e também de Guattari), Ana Isabel Crespo afirma com força que supera todos os obstáculos, todos os desejos de morte, proposta excessiva, apaixonada que nos deixa sem lugar para percebermos como essa afirmação excessiva de vida é possível, a partir de uma leitura nietzschiana da vida que Deleuze tornou possível, compreensível, no seu belís-simo livro Nietzshe et la Philosophie (1962). [...] É também (im)pertinente o modo como, neste texto, há uma proposta de pensar o género e a Psicoterapia de orientação analítica.