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Neste trabalho o autor constrói um modelo para analisar naturezas sociais, isto é, orientações naturalizadas nos indivíduos. Esse modelo assenta numa crítica e num desenvolvimento do conceito de habitus em que se realça a importância da reflexividade e da consciência no comportamento humano. É-nos proposto o conceito de orientações sociais, definidas como crenças relativas às condições sociais de vida que, enquanto matrizes de comportamentos, dependem das experiências e processos de socialização dos indivíduos. Este conceito é testado empiricamente com base num inquérito por questionário a uma amostra representativa da população portuguesa. No estudo agora publicado, verifica-se que as orientações sociais se naturalizam em condições sociais de vida demarcadas, em particular, por diferenças de escolaridade e de categorias socioprofissionais. Constata-se, ainda, que as orientações sociais são constituintes de valores, representações e práticas sociais muito diferentes, onde se incluem representações de distinção social, posicionamentos relativos à religião e à política, bem como práticas de consumo, de leitura de imprensa, de opinião e de participação política e cívica. Os resultados a que o autor chega demonstram igualmente que as orientações sociais envolvem graus diversos de reflexividade social e de exercício da cidadania política.