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O Jardim de Cimento considerado pela crítica simultaneamente chocante e perfeito, mórbido mas terrivelmente irresistível, é uma narrativa contada na primeira pessoa pelo seu protagonista, Jack, um rapaz de quinze anos que vive com duas irmãs adolescentes e um irmão pequeno. Com a morte dos pais, os quatro jovens experimentam uma sensação extraordinária de perda e liberdade. Num clima de isolamento quase doentio, tornam-se personagens de um universo estranho e entregam-se despreocupadamente a jogos solitários, ao desmazelo, à apatia e às fantasias mais arrebatadoras. Mas a consistência destas figuras está longe de se cingir a uma minoria marginal, remetendo-nos antes para a organização simbólica da comunidade como um todo. A ausência de valores não aparece neste romance como um caso específico, constituindo um sintoma de que nada afinal distingue o verdadeiro do falso, o útil do inútil, o sagrado do interdito. E tudo isto contado com um realismo inquietante, sem concessões nem rodeios, onde a morte e o sexo espreitam a cada porta para fazer saltar o verniz das convenções, dos preconceitos morais e do conservadorismo britânico. Sensual, perturbador, fascinante: uma pequena obra-prima.
«Recria maravilhosamente a ambiência do momento da vida dos jovens em que estes alcançam a vida adulta instantânea por que todos anseiam, em que o vulgar ganha um brilho de mistério e o extraordinário parece uma banalidade. É difícil pôr defeito na escrita ou na construção desta fábula sinistra.»
Sunday Times
«Um trabalho extraordinariamente seguro, tecnicamente competente e incrivelmente poderoso.»
Observer