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Para que não seja rotulada de ingrata, manda a tradição que a noiva chore sentidamente, mostrando aos convidados a sua tristeza por abandonar a casa paterna. Só após a «cerimónia das lágrimas» ela será ajudada a subir para a liteira que, também segundo a mesma tradição, deverá ser vermelha, a cor da felicidade.
É, com efeito, o vermelho que, apesar das vicissitudes dos homens e dos desastres naturais, irá estar presente no dia-a-dia de Mei-Li, uma jovem que, obrigada a casar com Meng-Yu, trairá o marido com Jing-Ming, por quem se apaixona no dia do seu próprio casamento. Desse adultério nascerá uma filha que, ao contrário da mãe, poderá finalmente escolher o seu destino.
Mais do que a história de uma vida que Mei-Li conta à neta, A Cor da Felicidade é principalmente a saga de uma família chinesa que se estende dos anos 20 até à proclamação da República Popular da China, hesitando entre tradições culturais e um pouco de modernidade trazida pela Revolução Cultural, numa China marcada por convulsões sociais, conflitos e… tons de vermelho.