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Até hoje, a historiografia portuguesa não produziu uma obra de síntese sobre um facto tão curioso da nossa História: a expulsão dos membros da Companhia de Jesus pelo regime republicano. Foi a única vez que no século XX se procedeu entre nós à expulsão em massa de indivíduos que de comum tinham apenas o facto de pertencerem à mesma congregação religiosa.
Voluntários ou forçados, os exílios que depois ocorreram no Estado Novo jamais abrangeram pessoas unificadas por “classes” ou “categorias”, independentemente de quaisquer actos que houvessem praticado. E muito menos abrangeram pessoas cujo único denominador comum era a pertença a uma ordem religiosa ou a partilha de uma crença. Mas, em bom rigor, essa “classe” era uma abstracção. O que se expulsou em 1910 foram pessoas, concretas e determinadas, algumas das quais não chegariam a regressar ao seu país. A expulsão dos Jesuítas foi, decididamente, uma singularidade da I República. Compreender este facto é o propósito do presente trabalho.