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“Através da leitura das peças destes processos salta à vista o desprezo e o esquecimento do Estado pelos espoliados. O maior desprezo, porém, não ressalta das peças que se podem ler. Está a tinta invisível. A primeira destas acções entrou no Tribunal em 1998, há mais de quatro anos. Não há, nem nesse processo, nem noutros, com mais de três anos, nenhuma sentença, nenhum despacho saneador.
Os espoliados acreditam na solidariedade dos portugueses. Acreditam na Justiça. Mas esperam por ela e não a vêem chegar.
A manutenção da presente situação é uma mancha no orgulho nacional de um estado que deveria honrar o presente corrigindo e reparando os erros do passado.
Não se pode enfrentar um futuro digno sem a consciência nacional «limpa» desta flagrante injustiça.
A publicação deste livro é, por isso, também, um grito de desespero.” por Barros, Sobral, G. Gomes & Associado.