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Acabada de sair de uma relação intensa que cria definitiva, a narradora conhece no mesmo dia o homem que veio revigorar um amor profundo, completo, rosto final de uma busca incessante.
Ela vive em Lisboa, ele em Londres. De permeio, a espaços entrecortados no tempo, encontram-se sob a luz resplandecente do céu da capital, e aqui vivem os dias, as noites, o olhar, a pele, a intensíssima e dolorosa viagem ao seu reino mais íntimo.
Um dia, inesperada, a ruptura. Ele parte para Londres.
Então, ela escreve uma longa e vívida carta de amor, um solilóquio raiado pela esperança e pela inconformidade, relembrando o que persiste nos veios da memória, para que, ao crepúsculo, o sentimento não desvaneça.
Não se concebe que, amando, não se prefira a razão do amor, do gozo dos olhos, do cheiro, do coração.
«"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível.
É mais fácil esperar do que desistir.
É mais fácil desejar do que esquecer.
É mais fácil sonhar do que perder.
E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.»"