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DEUS MORREU E EU NÃO FUI AO FUNERAL
João Rosas
Edição: FENDA
Páginas:89
Dimensões: 185x120 mm.
Exemplar em muito bom estado. Tem uma pequena assinatura na folha de rosto.
PREÇO: 6.00€
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Envio em Correio Registado acresce a taxa em vigor.
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Entrego em mão em Coimbra
"CARO DEUS, Sinto-me profundamente desiludido consigo, com a Sua falta de sentido de responsabilidade. Para dizer com frontalidade, considero-O um cobarde e penso em Si sobretudo como alguém que abandonou a viagem a meio, o que, convém que se sublinhe, não se faz, principalmente numa obra tão importante.
A Sua criação mete água por todos os lados, todos os dias se descobrem novas falhas na embarcação, apesar de muitos dos passageiros ainda não terem percebido e não estarem conscientes do perigo que correm. O mesmo se pode dizer dos anormais que comandam o navio, o exemplo extremo do falhanço, da inutilidade e da incompetência que dominam aquilo a que algum génio (?1?!) chamou de raça superior: a nossa querida raça humana.
Deve admitir que a ideia de criar o mundo numa semana não foi das melhores, só aumentou os problemas e a situação actual é o espelho de uma clara falta de planeamento. A cobardia a que já me referi anteriormente deve-se ao facto de abandonar um trabalho a meio quando este começa a correr mal e depois virar as costas, partindo para outra.
Realmente, só Lhe perdoo se se estiver a passar uma das seguintes situações:
- encontrar-se num estado de completa bebedeira (roçando o coma alcoólico)
- estar apaixonado
- ter um excelente sentido de humor e gostar de se rir dos bonecos de lama que aqui habitam (incluindo eu)
Se responder que sim a duas das três hipóteses pode mesmo telefonar-me a convidar para uma visita aí ao topo, que eu ponderarei esquecer os conflitos passados, e não foram poucos, e pago- -Lhe um copo no Bairro Alto...
Um abraço .
Terra, Setembro 1998"
Foi com esta carta que parti certo dia, um pouco desnorteado, em busca do desconhecido.