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História das Ideias (Revista) – O CORPO
Vol. 33 - 2012
Instituto de História e Teoria das Ideias da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Distribuição: Almedina
Páginas: 594
Dimensões: 230x160x34 mm.
Exemplar em muito bom estado.
PREÇO: 14.00€
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Sinopse
NOTA DE APRESENTAÇÃO
Da material sensorialidade barroca à romântica luz que não se vê, do diagnóstico - esteta e médico - oitocentista ao mosaico moderno e pós-moderno, o discurso, em todas as suas faces, existe por e para o corpo. As metamorfoses da estética andam ao sabor da história do corpo, como se este, desafio nunca perfeito das antigas teorias da proporção, fosse a própria urgência da palavra. Esta, encarnação da ausência do corpo, transporta consigo toda a capacidade plástica do ser ausente, como se, para além dos limites ditados pela mimesis, a praxis humana exprimisse o corpo para, assim, exprimir o universo.
Por esse motivo, aqui, o corpo, na inevitável fragmentação tópica dos textos, desafia a sua antiga definição como prisão da alma para tornar-se ele mesmo cogito que possibilita a alteridade. Poderá ele, no entanto, superar, em definitivo, a sua desvalia de raiz platónica? Doente ou monstruosa, trágica ou caricaturada, a sua figuração no texto responderá, no fundo, ao desejo de adiar o corpo como cadáver mesmo quando em causa está a sua declaração de morte, porque transido de temporalidades várias.
Razão pela qual a sua presença na Revista de História das Ideias ganhou forma neste número a ele dedicado. O corpo será sempre a narrativa dentro da narrativa, possibilidade de carne que a verosimilhança, em qualquer dos registos humanos, demanda para que o compromisso existencial com o mundo se cumpra. E, assim, será do corpo do texto que depende a memória dele. E porque só mediatamente visível ao leitor, o corpo que povoa os discursos da sociedade, da filosofia, da historiografia, da literatura, das artes de palco, da linguagem política, escapa à normalização da imagem, para ser recriado, como metáfora, por quem lê.
Forma de se dizer que, tragicamente, o signo parece mais absoluto do que o corpo - que restará como ausência. Assim, escrever sobre ele desafia o seu absoluto indeterminado, potenciando-o enquanto sentido. Ou, nas palavras de Nietzsche, "sem o fio condutor do corpo, não posso crer na validade de investigação alguma".
Autor
INSTITUTO DE HISTÓRIA E TEORIA DAS IDEIAS - FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA