II CONGRESSO REPUBLICANO DE AVEIRO - TESES E DOCUMENTOS - VOL. II

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II CONGRESSO REPUBLICANO DE AVEIRO - TESES E DOCUMENTOS - VOL. II
Autor(a)
Secretariado do Congresso
Editora
Seara Nova
Género Literário
Histórico
Não ficção
Outro
Sinopse

II CONGRESSO REPUBLICANO DE AVEIRO  - TESES E DOCUMENTOS  - VOL. II

Edição: Seara Nova – 1969

Páginas: 359

Dimensões: 205x150 mm.

 

Exemplar em bom estado. Capa algum desgaste e manchada por oxidação , miolo em bom estado, tem uma assinatura de posse.

 

PREÇO: 11.00€

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Nos dias 15, 16 e 17 de maio de 1969, o Teatro Aveirense recebeu o II Congresso Republicano. Mário Sacramento, falecido pouco antes, voltara a ser o seu grande impulsionador. O I Congresso decorrera em outubro de 1957, preparando as eleições para a Presidência da República no ano seguinte. Também em 1969 viviam-se momentos historicamente definidores. Marcelo Caetano substituíra Salazar em setembro de 1968 e no horizonte estavam as eleições de outubro de 1969 para a Assembleia Nacional. 

 

O II Congresso de Aveiro reúne, ainda, sob o signo da convergência, embora fossem já percetíveis as divisões que corroeriam a unidade da oposição, e num ambiente de alguma expectativa relativamente ao reformismo inicial do marcelismo. Esta tímida abertura gera oportunidades, expectativas, exigências e criará condições para um aumento da contestação e da pressão social, pelo que a ditadura se apressará a contê-la.

 

O Congresso conta com cerca de 1500 participantes e são apresentadas mais de 60 teses, bem como comunicações e mensagens de personalidades como Ferreira de Castro, Maria Lamas, Rui Luís Gomes ou Aida Magro. Entre os congressistas encontram-se Jorge Sampaio, Mário Soares, João Bénard da Costa, Virgínia Moura, Urbano Tavares Rodrigues, Emídio Santana ou Óscar Lopes.

 

A igualdade de direitos das mulheres, a liberdade de imprensa, o fim da censura, nova lei eleitoral e eleições livres, a Constituição de 1933 ou até a guerra colonial, foram algumas das temáticas. À análise e à caracterização da situação económica, social e cultural, juntavam-se medidas programáticas e a formulação de uma via socialista para a oposição portuguesa.

 

 

Apesar dos sinais de convergência saídos do Congresso e do esforço de entendimento da oposição democrática esboçado em São Pedro de Moel com a “Plataforma de Ação Comum”, a unidade rompe-se e a oposição apresentar-se-á dividida às eleições de 1969 em Lisboa, Porto, Braga. A Ação Socialista Portuguesa (ASP), alguns católicos e monárquicos organizam-se na Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD). Partido Comunista Português (PCP), católicos progressistas e socialistas independentes reúnem-se nas Comissões Democráticas Eleitorais (CDE).

 

As eleições decorrem com os habituais atropelos à lei, repressão, intimidação e perseguição policial. Ficavam claros os limites da reforma marcelista e era o fim das ilusões relativamente a qualquer evolução do regime.

 

O movimento operário arrancava para uma poderosa vaga reivindicativa, universidades a tensão e a agitação serão totais até ao fim da ditadura. A oposição, refletindo um mundo em acelerada mudança, radicaliza-se, surgem organizações de luta armada e multiplicam-se as organizações maoistas e marxistas-leninistas.

 

No centro de tudo continuava a guerra colonial que, ao eternizar-se, tornava-se o centro da crise da ditadura e de todos os debates, contestação e ação das oposições.

 

Em 1973 reunia, novamente em Aveiro, o III Congresso da Oposição Democrática que, sinal da radicalização em curso e da crise terminal da ditadura, ficaria marcado pela violentíssima repressão policial.

In Museu do Aljube

 

Idioma
Português
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