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MENINA E MOÇA –
Bernardim Ribeiro
Introdução e fixação do texto:
Helder Macedo
Edição: Publicações D. Quixote
ISBN:9722016008
Páginas: 222
Dimensões: 175x110 mm (Livro de bolso)
P. 165
Exemplar em muito bom estado
PREÇO:6.00€
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“Menina e Moça” (ou também conhecida como Saudades) é a obra mais famosa de Bernardim Ribeiro, um autor renascentista português, e é uma peça muito importante na literatura portuguesa. Aqui está o que se sabe sobre ela — e alguns pontos de interpretação:
O que é “Menina e Moça”
Género literário
É considerada a primeira novela pastoril da Península Ibérica em português.
Também é chamada “Saudades” por parte dos estudiosos / edições.
Publicação
A primeira edição foi em Ferrara (Itália), em 1554, com o título História de Menina e Moça.
Há uma segunda versão mais longa (mais capítulos) datada de 1557–1558, publicada em Évora.
Também há uma edição posterior (ou alternativa) em Colónia, a partir da edição de Ferrara.
Autor
Bernardim Ribeiro (c. 1482–1552) foi poeta e prosador.
É considerado introdutor do bucolismo (literatura pastoril) na literatura portuguesa.
Enredo e temas principais
Narradora
A novela começa com a fala de uma jovem (“menina”), numa espécie de monólogo. Ela conta que foi levada da sua casa materna para terras distantes, mas não sabe bem porquê quando era pequena.
Há uma forte carga de saudade (“nostalgia”, “anseio”), que é central no tom da obra.
Estrutura
A obra não é apenas um relato lineares de eventos: há histórias dentro da história. Por exemplo, a menina encontra uma mulher mais velha (num monte / vale) que lhe conta a desventura de cavaleiros e donzelas amorosos.
Existem vários núcleos de enredo: por exemplo, Lamentor e Belisa; Binmarder e Aónia; Avalor e Arima (nomes que soam bastante simbólicos / “anagramáticos” segundo estudiosos).
Os conflitos amorosos: amores não correspondidos, traição, separação, morte – são temas contínuos.
Reflexão sobre o amor
Segundo análises acadêmicas, Bernardim Ribeiro vê o amor como uma força que muitas vezes escapa à razão humana.
Há um “discurso reflexivo e aforístico”: as personagens meditam sobre o amor, o desejo, a saudade, em vez de apenas agir.
Também se nota a figura do “amante melancólico”: um amante sofrido, alienado no amado, que é um motivo clássico no amor renascentista.
Repositório ULisboa
Relação com a natureza / bucólico
A natureza desempenha um papel importante: há descrição poética do vale, do ao-rio, dos campos, elementos típicos de romance pastoril.
A animação da natureza (por exemplo, a morte de um rouxinol) serve para espelhar os sentimentos das personagens.
Interpretações religiosas / identitárias
Algumas interpretações (como a de Helder Macedo) defendem que há um fundo místico ou até ligado à identidade judaica no texto, sugerido por certos termos (“transmutação”, “transmigração”) e alusões simbólicas.
Também há debate se a versão mais longa ( Évora ) foi inteiramente escrita por Bernardim ou se parte foi complementada por outro autor.
Importância literária
A obra é um marco da prosa portuguesa renascentista: representou um avanço significativo na ficção sentimental no século XVI.
A estrutura narrativa complexa (histórias dentro de histórias, diferentes vozes) mostra uma sofisticação literária bastante elevada para a época.
Influenciou a tradição literária posterior, especialmente no que toca ao lirismo e à valorização da saudade / melancolia.
Curiosidades
Em 2023, a Imprensa Nacional lançou um audiolivro de História de Menina e Moça.
Imprensa Nacional
Só recentemente (“mais de 450 anos depois”) a obra teve uma tradução para inglês, pela Tagus Press, o que mostra o seu valor duradouro e a dificuldade de traduzir o estilo quinhentista.
Existem estudiosos que fazem análise de discurso da obra e apontam para um “estudo de caso” das emoções — a novela é usada para explorar os primeiros caminhos da interioridade sentimental humana.