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Há duas formas de estudar a filomitologia numa obra poética - repare-se que não digo: "em um poeta" -: ou tentamos confirmar a simpatia evidente que os mitos gregos e latinos nos transmitem através da poesia (re)criadora do autor estudado ou tentamos confirmar ou refutar a forma como essa abordagem é feita.
No primeiro caso, que é o dos leitores circunstanciais e o dos leitores comprometidos (com o próprio autor, com a própria profissão, com a própria arte, com a própria formação clássica, qualquer que ela seja), basta compor umas analogias entre os mitos citados na obra poética e o relato clássico desses mitos, de preferència apoiados por algumas fontes fidedignas que se citam sempre de forma vulgar.
No segundo caso, procura-se verificar como é que o trabalho com os mitos funciona, como é que os mitos são reinterpretados, até que ponto o poeta está consciente do registo histórico da matéria mítica e que novos elementos são acrescentados ao significado dos mitos.
Nestes estudos que agora se apresentam, tentei seguir a segunda via.