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Política, de Aristóteles, é a primeira tradução directa do Grego para Português, incluindo o original de referência, de um dos livros mais influentes da história do pensamento social e político do Ocidente. O carácter de grande exigência que se pretendeu atribuir-lhe foi assegurado pela excelência dos vários intervenientes que contribuíram para a sua elaboração, quer no plano da tradução e índices, quer no da revisão científica, quer na cuidada introdução, dedicada ao leitor especializado ou não, quer mesmo ao nível da riqueza de notação, que a torna próxima de uma edição crítica.
O relativo esquecimento a que a Política foi votada durante mais de duzentos anos (de 322 a.C. a 80 a.C.) é frequentemente explicado por porventura ter ficado sepultada numa cave em Scepsis, juntamente com a biblioteca e obra inédita de Aristóteles. A obra aristotélica, incluindo a Política, passaria a dominar o pensamento medieval, estendendo a sua força e prestígio até aos nossos dias. Tratado essencialmente resultante do ensino oral ministrado pelo seu autor, a Política é constituída por oito livros relativamente independentes, cuja sequência foi, no fundamental, determinada pelo próprio Aristóteles, e para cuja leitura se torna necessário nunca perder de vista os traços característicos do seu modo de pensar - a minúcia da observação, a perspectiva comparativa, a filosófica paixão pelo concreto.
A "Política" (Politéia) divide-se em oito livros, que tratam: da composição da cidade, da escravidão, da família, das riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa também as constituições de outras cidades, num notável exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. Aristóteles, por sua vez, não foge da tentação de também idealizar qual o modo de vida mais desejável para as cidades e os indivíduos, mas dedica a isso bem menos tempo do que seu mestre. Finaliza a obra com os objetivos da educação e a importância das matérias a serem ensinadas.
idioma: Português (PT), Grego
encadernação: Brochura
formato: 15,5X28
páginas: 665
coleção: VEGA UNIVERSIDADE, 1998, 1ª Ed.
Tradução: António Campelo Amaral | Carlos de Carvalho Gomes
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) foi um importante filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, a poesia, o teatro, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como uma das figuras mais importantes, e um dos fundadores, da filosofia ocidental. Seu ponto de vista sobre as ciências físicas influenciou profundamente o cenário intelectual medieval, e esteve presente até o Renascimento. Nas ciências biológicas, a precisão de algumas de suas observações foi confirmada apenas no século XIX. Suas obras contêm o primeiro estudo formal conhecido da lógica, que foi incorporado posteriormente à lógica formal. Na metafísica, o aristotelismo teve uma influência profunda no pensamento filosófico e teológico nas tradições judaico-islâmicas durante a Idade Média, e continua a influenciar a teologia cristã, especialmente a ortodoxa oriental, e a tradição escolástica da Igreja Católica. Seu estudo da ética, embora sempre tenha continuado a ser influente, conquistou um interesse renovado com o advento moderno da ética da virtude. Todos os aspectos da filosofia de Aristóteles continuam a ser objeto de um ativo estudo acadêmico nos dias de hoje. Foi chamado por Augusto Comte de “o príncipe eterno dos verdadeiros filósofos”, por Platão de “O Leitor” (pela avidez com que lia e por se ter cercado dos livros dos poetas, filósofos e homens da ciência contemporâneos e anteriores) e, pelos pensadores árabes, de o “preceptor da inteligência humana”.