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Mário Furtado nasceu em Lisboa, em Março de 1939 onde fez os seus estudos secundários. Oriundo de família modesta aos 13 anos conheceu o seu primeiro emprego, tendo sido empregado de armazém, escriturário, empregado de navegação, profissional de seguros.
Mobilizado para Angola em 1961, durante 28 meses seria testemunha de uma guerra absurda e fratricida, experiência que, ao marcá-lo de forma indelével, não deixará de refletir em toda a sua obra.
No CAMALEAO, obra escrita em 1969, é ainda o ambiente de uma sociedade autoritária, intolerante e semi- feudal, eivada de vício e podridão, que encontra eco no seu inconformismo de escritor militante. Como na Revolução dos Cravas, onde a força de todo um sentido simbólico e metafórico se assume contra os estereótipos de um mundo em flagrante mutação (o oportunismo, a alienação, a delinquência, o caciquismo...), também no CAMALEÃO perpassa o mesmo fulgor com que, num estilo fluido, subtil, por vermes irônico mordaz, Mário Furtado nos retrata uma certa camada burguesa parasitaária e decadente, dominada pela hipocrisia alicerçada no despotismo ou na violência.
1ª Edição, Julho 1981