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Guerra colonial e Angola - Um policial com passagens por Angola e pela guerra contra a guerrilha do MPLA e da FNLA.
Uma das leituras possíveis e mais ricas da novela de mistério ‘OS LOBOS NÃO USAM COLEIRA’ é precisamente a de que se trata de um estudo literário de neurose de guerra de um fechado grupo de quatro ex-Comandos e dos modos como esse grupo, essa stásis que a si própria se chama ‘Os Imortais’, escoa a sua psicopatologia clínica. Com a topicalização das obsessões sombrias e das inescapáveis memórias da violência destes ‘viciados de guerra’, Carlos Vale Ferraz regressa, com pesado desencanto é uma ténue nostalgia, à Guerra Colonial - agora enquanto longa, sólida sombra - e aos Comandos - agora como civis desajustados à paz, indomesticáveis, beirando os 40 anos.
Estruturalmente, ‘OS LOBOS NÃO USAM COLEIRA’ apresenta uma divisão em três partes e com um desenho arquitectónico que tem no paralelismo antitético a sua característica maior: a história estira-se através de uma articulação narrativa que opõe o mundo de calmo desespero do ‘velho polícia especialista em fracassos’ Malarranha à vida dupla - entre a profissão vulgar e o crime de alto coturno - do deuteragonístico grupo de ex-Comandos.
Data de publicação: 2ª edição, 1995