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Esta é a história de uma aldeia inglesa situada a não mais de meia hora de distância de Londres, não muito diferente de todas as outras: com o seu pub, a sua igreja, as suas lojas e casas de tijolo vermelho, repleta de vozes que falam de amor e desejos, de trabalho e de morte e das coisas quotidianas. A aldeia pertence ao presente, mas também ao seu passado, às famílias desaparecidas há gerações e às que para lá se mudaram há pouco tempo.
Pertence igualmente ao Falecido Papá Dentilária. Todas as crianças conhecem esta figura lendária, feita de folhas de hera, parte da paisagem desta aldeia há centenas de anos. Ele viu monges executados, bruxas afogadas, viu a chacina industrial de animais, viu pessoas a fazerem mal aos que lhes eram próximos ou a si mesmas.
Viu a própria terra desintegrar-se, despedaçada por arame, vedações e leis. Viu-a envenenada por químicos. E agora, o Falecido Papá Dentilária acordou… Por que razão se pôs novamente à escuta? E, sobretudo, o que quererá de Lanny, um curioso rapaz recém-chegado à aldeia?
Com Lanny, um romance brilhante, detentor de uma energia quase anárquica que funde fabulismo com o quotidiano, Max Porter amplia o já extraordinário universo que criou com O Luto É a Coisa com Penas.