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LIVRO:
-O caso da rua Volong (Scenas da vida colonial), de Emilio de San Bruno.
Tipografia do Comércio, Oficina Gráfica Lda.
1 edição, 1928.
Encadernação editorial, com título e autor na lombada.
Tem 415 páginas.
SINOPSE
A decadência de Macau no fim do século 19, reflete a decadência da China dos últimos anos do regime monárquico. Uma é o espelho da outra nas palavras de um dos personagens: «Os portugueses e os chineses, têm a mesma moral. Viajei na América, conheço o sistema inglês dos Straits e vi que no carácter e na política os chineses e os portugueses pouco diferiam...» (Bruno, 351). Na grande luta entre a Europa e a Ásia que tanto preocupava Jaime do Inso, A China está ganhando em Macau, uma China arcaica e anárquica, victoriosa no enclave porque permitida pela letargia a decadência de Portugal: «Em baixo a procissão chinesa continuava a desfilar com o mesmo pitoresco exotismo de há mil anos./ Era bem a China impenetrável, retrógrada, rotineira, insubmissa à febril civilização ocidental, mas já minada no antigo respeito à lei pela anarquia latente entre os mandarins do Império./ Como a arcaica civilização chinesa se achava bem dentro da ronceira e velha colónia de Macau!» (Bruno, 142).
Como colonialista, e autor de um romance que ia concorrer para o prémio da Agência Geral das Colónias, San Bruno nao podia acabar num tom tão pessimista. Como o seu contemporâneo, Jaime do Inso, cujo livro também ganhou um prémio da Agência, concluiu positivamente o seu romance, recorrendo a uma técnica já conhecida dos românticos: o narrador se distancia do período em que se desenrolou a acção da história, ao informar os seus leitores que o manuscrito tinha sido achado num velho baú. Refere, portanto, a uma situação que já não existia: «Hoje, Macau, já difere, em civilizado confôrto, e em adequadas obras de fomento, do daquele tempo, em que o autor dos folhetos coloniais por lá andou» (Bruno, 413-4). San Bruno escrevia quando a ditadura de Salazar estava-se consolidando, criando as condições para a imposição da lei orgânica que ia entrar em vigor no império a partir da década de 30.
Excerto de artigo da autoria de David Brookshaw
*No fim do livro ficamos a saber que o nome verdadeiro de quem publica é Carlos Crispim da Cunha Carvalho.
Segundo ele conta; comprou numa velha sala de leilões uma pequena caixa de madeira de cânfora que continha diversas bugigangasfoi revolvendo com indiferença, e com a ponteira da bengala, aquele lixo colonial, que entreviu no fundo da velha caixauns cartões bafientos a capear umas folhas manuscritas.
Que seria?
O empoeirado maço de papeis estava atado e continha quatro fascículos! Cada um deles tinha o seu título e o mesmo autor, Emílio de San Bruno:
1º. «GADIR E MAURITÂNIA»
2º. «ZAMBEZIANA»
3º. «A VELHA MAGRA DA ´ILHA DE LOANDA`»
4º. «O CASO DA ´RUA VO-LONG` , nº 7, em MACAU»
Gulosamente decidiu ficar com a caixa de cânfora e seu conteúdo bizarro
Leu com vagar os apontamentos dos folhetos, evidentemente escritos sob o pseudónimo de EMÍLIO DE SAN BRUNO...
**EXEMPLAR EM EXCELENTE ESTADO e extremamente raro, curiosamente o livro foi comprado em "Shanghai" e pertenceu a um embaixador português.