Este livro está na lista de favoritos de 1 utilizadores.
LIVRO:
-Oiseaux Brillans et Remarquables du Brésil
Placés Près Des Végétaux Dont Les Fruits
Les Nourrissent
Peintz Sur Les Lieux
Par J. A. Descourtilz.
*Livro com 32 páginas e com 32 gravuras.
Cada gravura (ou página) tem as dimensões: 44cm x 29cm e a espécie ornitológica está devidamente registada com o nome científico (o pai do artista, era ornitológico e "baptizou" algumas espécies na América do Sul).
São excelentes para fazer quadros.
SOBRE O AUTOR:
João Teodoro Descourtilz ou Jean-Theodore Descourtilz (França, circa 1796 - Riacho, município de Santa Cruz, hoje Aracruz, 13 de janeiro de 1855) foi um médico, naturalista, pintor e desenhista francês que viveu vários anos no Brasil fazendo pesquisas geológicas, entomológicas e principalmente ornitológicas.
Não se sabe o local nem data do seu nascimento e muito menos onde fez seus estudos de Humanidades, de Medicina e de Artes. Era filho de Michel Étienne Descourtilz, também dedicado às Ciências Naturais, autor de um livro intitulado Flore pittoresque et médicale des Antilles, publicado com ilustrações de João Teodoro. É provável, portanto, que antes de chegar ao Brasil, Descourtilz já houvesse percorrido diversas possessões francesas, inglesas, neerlandesas e espanholas no Caribe.
No Rio de Janeiro
O provável ano de seu desembarque no Rio de Janeiro foi 1826, uma vez que em 1831 João Teodoro já havia depositado na biblioteca do Museu Nacional o fruto de suas primeiras pesquisas ornitológicas - um manuscrito ricamente ilustrado sobre os beija-flores observados nas províncias de São Paulo e Rio de Janeiro. Nesse trabalho, referindo-se a determinado tipo de beija-flor, confessa que era uma espécie tão rara que em cinco anos de pesquisa só havia conseguido dois exemplares.
Um segundo livro foi escrito e publicado em 1835, com o título Oiseaux brillans et remarquables du Brésil placés prés des végétaux dont les fruits les nourrisent peints sur les lieux par….
No Espírito Santo
No ano de 1848 (ou 1851) foi mandado pelo Governo Imperial para a província do Espírito Santo para fazer estudos mineralógicos e zoológicos.
Descobriu vestígios de ouro e de ferro na localidade denominada Laurinha, próxima ao Aldeamento Imperial Afonsino. Esse aldeamento foi criado pelo governo provincial para abrigar e catequizar os índios Puris. Porém, a péssima administração e os maus tratos dados aos indígenas provocou a fuga destes e a extinção da aldeia. No local surgiu uma vila que, posteriormente, se transformaria no município de Conceição do Castelo nas cabeceiras do rio Castelo, afluente do Itapemirim.
Em 1851 Descourtilz percorreu o município de Cachoeiro de Itapemirim e localidades próximas, recolhendo vários minerais e uma coleção de cristais, logo enviados para o Museu Nacional. No ano seguinte, parece que começou a dedicar-se mais às aves e insetos que, após estudados, foram igualmente remetidos para o Museu.
Importância de Descourtilz como naturalista
O Prof. Luís Fábio Silveira, titular de Ornitologia da USP, em pequeno artigo sobre o naturalista francês, observa que "a maioria dos viajantes que por aqui passaram no século XIX pouco acrescentou ao conhecimento dos hábitos e habitats das aves brasileiras, anotando no rótulo dos seus exemplares apenas dados como data e sexo e, às vezes, a procedência exata do material. Os diários de campo, quando divulgados, não acrescentariam muita coisa ao parco conhecimento da avifauna brasileira".
Diferentemente dos demais cientistas, Descourtilz foi um observador interessado e cuidadoso, preocupando-se com a qualidade e veracidade de suas anotações que, embora breves, descreviam com precisão os hábitos e costumes de cada espécie. O texto, mais literário do que puramente científico, uma vez que redigido com graça e até com alguma poesia, vinha sempre acompanhado de pranchas coloridas com a figura da espécie estudada. Excelente desenhista, pintor e aquarelista, Descourtilz foi autor de notáveis reproduções das aves que observou.
Falecimento
O naturalista francês faleceu no início do ano de 1855 na localidade denominada Riacho, junto à vila de Santa Cruz, hoje Aracruz, onde foi enterrado. Morreu por envenenamento causado pelas substâncias arsenicais de que fazia uso para a dissecação dos animais que preparava.