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LIVRO
-Santo António de Lisboa (história, tradição e lenda) de F. Gomes Teixeira (Reitor honorário da Universidade do Porto, sócio efectivo da Academia Pontíficia das Sciências de Roma, etc).
Edição Livraria Clássica.
1º edição, 1931.
Tem 278 páginas, encadernação particular em excelente estado, feita na Jaime M. Alves.
Título e autor em dourado sobre carmim na lombada.
(Último livro escrito por o autor).
*EXEMPLAR EM MUITO BOM ESTADO.
SOBRE O AUTOR:
Francisco Gomes Teixeira nasceu a 28 de Janeiro de 1851 na freguesia de S. Cosmado, no concelho duriense de Armamar.
Frequentou a instrução primária na aldeia natal, os estudos liceais no colégio do padre Roseira, em Lamego (Colégio de Lamego) e os universitários em Coimbra. Aqui cursou Matemática (1869-1874), uma escolha ditada pelo acaso entre 3 rumos possíveis (Matemática, Direito e carreira eclesiástica) e assistiu às cadeiras do curso de Filosofia, em regime voluntário.
Em 1874 concluiu a licenciatura com a classificação de "muito bom, por unanimidade, com 20 valores". A 8 de Janeiro do ano seguinte realizou o exame de licenciado, no qual foi "Approvado Nemine Discrepante". A 30 de Junho, no acto de conclusões magnas, defendeu a dissertação "Integração das equações às derivadas parciaes de segunda ordem" e "Theses de Mathematicas puras e applicadas". Finalmente, a 18 de Julho alcançou o grau de "Grão Doutor na Faculdade de Mathematica", com a classificação de "Muito Bom com vinte valores".
Com 25 anos tomou posse como Lente Substituto da Universidade de Coimbra, tendo apresentado uma dissertação no campo da geometria analítica. Passou a leccionar as 1.ª, 2.ª e 4.ª cadeiras de Matemática. Três anos depois foi nomeado Lente Substituto e, em 1878, foi indigitado terceiro astrónomo do recém-criado Observatório Astronómico de Lisboa. Aqui, depois de exercer funções durante um curto período de tempo, regressou a Coimbra.
Em 1880 passou a Lente Proprietário de "Calculo Differencial e Integral" (1880-1883) e a Lente Catedrático da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra. Com trinta anos casou com a portuense Ana Arminda Cardoso, filha única de um negociante, da qual teve três filhas. Em Novembro de 1882 substituiu voluntariamente o Lente do 1.º ano e, em 1883, por motivos familiares, transferiu-se para a Academia Politécnica do Porto, escola onde ocupou o cargo de director (1886), leccionou a 3.ª (1887) e 2.ª cadeiras (1889) e promoveu a reforma das disciplinas de Matemática. Com a criação da Universidade do Porto, em 1911, Gomes Teixeira foi nomeado seu primeiro reitor. Sete anos mais tarde foi proclamado reitor honorário, embora sem abandonar a docência de "Calculo Differencial e Integral" na Faculdade de Ciências, a qual manteve até 1929. Neste ano foi agraciado com o título de director honorário do Instituto de Investigação de História das Matemáticas, organismo que já anteriormente dirigia. Francisco Gomes Teixeira viveu no Porto, na Rua de Costa Cabral. Passava férias em Matosinhos e deslocava-se com frequência ao estrangeiro, normalmente na companhia das filhas.
Publicou a sua investigação em prestigiadas revistas internacionais e viu o seu trabalho premiado pelas academias das Ciências de Madrid, Paris e de Lisboa.
Foi membro de academias, sociedades e comissões científicas, portuguesas e estrangeiras. Alcançou diversas distinções e foi homenageado em diversas ocasiões: em Armamar, Coimbra, Porto e Lisboa.
A dedicação à ciência e à docência não impediu o seu envolvimento na vida política nacional. Foi deputado às cortes pelo Partido Regenerador em 1879, 1883 e 1884. Em 1906 aderiu ao partido Regenerador Liberal, ocupou o cargo de vogal do Conselho Superior de Instrução Pública (1908) e integrou a Junta Orientadora dos Estudos (1923).
Durante os últimos anos de vida escreveu textos sobre História da Matemática e livros sobre as suas viagens e temas religiosos ("Santuários de Montanha", "Apoteose de S. Francisco de Assis (sua vida e obra)", "Uma Santa e uma sábia. Clara de Assis e Sofia Kovalewsky" e "Santo António de Lisboa (História, Tradição e Lenda)".
Morreu a 8 de Fevereiro de 1933 e foi sepultado, como era seu desejo, na igreja de S. Cosmado, Armamar, num túmulo que mandara erigir, com inscrição latina da sua autoria.