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Com o seu vento rubro e o mar cheio de perigos, Pueblo é um lugar onde os gatos nascem cegos, as cebolas crescem doces e a felicidade passa como os bois, tropeçando a espaços na rua. Ali foi onde, um dia, o mar devolveu um dos seus afogados para o converter em carregador de noivas e com a sua recordação envenenar o destino de uma mulher. A par dela, uma galeria de personagens igualmente insinuantes: uma monja que anseia por ser mãe, o garoto Lucas, Branquita, sua irmã, inocente e puta, e, finalmente, o idealista Frederico, a quem o anão vendedor de sangue ensina que a expectativa é o presente do futuro e que os sonhos, às vezes, são trazidos pelos comboios. Em capítulos breves, esta autora, que surpreende pela prosa sensual e lírica, conta como os seus personagens têm algo em comum: a mais íntima solidão, mas também os anseios, que, à imagem dos comboios, devemos empenhar-nos em esperar, mesmo que passem ao longe.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
"A tradição europeia do conto popular transposta para o romance espanhol, pela mão Cristina Sánchez-Andrade."
Diário de Notícias
EXCERTOS
"Nunca mais voltarei a andar de baloiço; tenho o estômago cheio de cardos. E esse cheiro a rescaldo a cair do céu. Frio, um abismo, maravilhoso.
Deixa-se de ser menina e azedam-se as coisas que não mudam, porque cresce um fervor por dentro, um amor que é fome de limão, amor que sai das entranhas, despido e alto, e caem as maçãs das árvores."
DETALHES Dimensões:150 x 230 x 20 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:360