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Mais do que um manifesto político, "A Espingarda do Meu Pai" é o relato, de uma simplicidade desconcertante, da luta permanente do povo curdo para conservar a sua identidade cultural. Ainda que na vida quotidiana sejam constantes o horror, a fome e o exílio, o jovem narrador mantém inalterada a vontade de viver, o bom humor e os sonhos. Ligado à causa da liberdade curda, ele não se sente obrigado a apresentar os seus compatriotas como santos ou heróis, mas sim como pessoas normais, cheias de qualidades e defeitos, impregnadas de uma verdade e de uma singeleza que as torna imediatamente familiares ao leitor. O pai que nunca se separa da sua velha espingarda russa, a mãe que concorda com ele em todas as circunstâncias, o primo que cria pombos acrobatas, o irmão que combate nas montanhas, todos eles são personagens de uma galeria inesquecível que nos ajuda a mergulhar num dos dramas mais pungentes da realidade política contemporânea.