Este livro está na lista de favoritos de 5 utilizadores.
Tradução de Luís Filipe Sarmento,
Encadernado em tecido. Edição de luxo profundamente ilustrada.,
204 páginas
O nome Kama Sutra tem origem na união dos termos kama, que significa desejo e amor, e sutra, um conjunto de ensinamentos vertidos sob a forma de aforismos.
A obra original teve como principais destinatários os nobres da Índia que levavam então uma vida de luxo e se dedicavam, com a sua leitura, à aquisição das mais diversas habilidades sexuais.
O Kama Sutra pertence à literatura religiosa indiana, pois, embora os seus ensinamentos conduzam ao prazer carnal, visam, em primeiro lugar, a elevação espiritual do homem.
É através do Kama Sutra que a Índia nos diz ser essencial o gozo pleno da vida, que nisso não se vê qualquer atentado às coisas sagradas e que daí só decorre a vantagem da libertação das criaturas dos medos e complexos que tanto entristecem e carregam de nuvens as suas vidas sobre a Terra.
O Kama Sutra foi escrito para benefício do mundo, segundo os preceitos da Sagrada Escritura, por Vatsyayana, quando se encontrava inteiramente entregue à contemplação da divindade. Esta afirmação só parecerá estranha a quem desconhecer o carácter marcadamente erótico do Cântico dos Cânticos, livro que, no entanto, os Judeus não hesitaram em acolher entre os que compõem a Bíblia. Também no meio em que foi escrito o Kama Sutra foi sempre rodeado de uma veneração quase religiosa e o seu autor referido como Grande Profeta.
Estamos, no entanto, em presença de um dos grandes clássicos da literatura erótica, que é para a cultura hindu o que A Arte de Amar, de Ovídio é para o Ocidente e O Jardim Perfumado para a cultura árabe.
Composto entre os séculos I e IV da nossa era, o Kama Sutra só no século passado se tornou conhecido no Ocidente, mercê da tradução que dele fizeram os ingleses Sir Richard Burton e Forster Arbuthnot.
Se é verdade que muitos dos seus leitores buscam no livro sobretudo os motivos eróticos, quem queira ultrapassar os aspectos superficiais encontrará aqui um documento profundamente elucidativo duma concepção de vida bem diferente daquela a que estamos habituados. E não será esse o mérito menor da obra.