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Numa casa de Calcutá, parcamente iluminada pela luz amarela de um candeeiro de rua, um recém-nascido permanece embrulhado numa toalha de hospital. No quarto ao lado, um homem escreve.
Quem é esse homem, a um só tempo assustado e determinado? O que escreve? De onde veio o bebé e qual será o seu destino? Durante a noite, todas estas questões serão respondidas, à medida que o homem vai desvendando os segredos que tem carregado toda a vida.
Lentamente, à medida que a noite avança, a terrível verdade é revelada peça por peça, tal como num quebra-cabeças: duas crianças que exorcizam os medos no azul da manta que lhes cobre a cama; uma mãe que acena a um estranho que passa enquanto lava o filho; o fantasma de um bebé morto, cujas pegadas marcam o chão da casa de banho; o uivo mudo de um estádio de críquete.
Numa prosa arrebatadora e precisa, Raj Kamal Jha revela o amor e a esperança que teimam em existir por detrás da violência camuflada e do erotismo distorcido de uma velha cidade. A Manta Azul é uma história profundamente comovente sobre pessoas que, através da sua imaginação, conseguem a salvação que tão desesperadamente procuram.
Primeiro romance do autor, ele revela-se de um poder extraordinário e de uma rara humanidade, fazendo recordar a estreia de Arundhati Roy e o seu Deus das Pequenas Coisas.