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4 meses 3 semanas
Último acesso: 06-04-2025 às 15:16
SOBRE
Sempre gostei de livros e sempre gostei de os comprar.
Mas nem sempre os leio. Pelo menos, não na íntegra. Às vezes, porque, quando ainda vou a meio de um livro, começo a ler outro que acaba por me prender mais a atenção e depois perco o interesse de voltar ao primeiro. E há livros que compro só porque gosto de os ter, pelo prazer de os folhear, de ler um parágrafo aqui e outro ali, mas sem querer assumir o compromisso de os ler de ponta a ponta.
Tenho mais livros do que espaço para os guardar e, em minha casa, excluindo as casas de banho e a pequena lavandaria, tenho estantes de livros em todas as divisões. Há livros na vertical, à fase das prateleiras, e outros tantos na horizontal, por cima dos primeiros. E, por trás destes todos, ainda estão outros, numa segunda fila de acesso praticamente impossível... Talvez por isso, muitos livros acabam exilados no sótão e ali repousam em silêncio, empilhados, ensacados ou encaixotados.
Por vezes, (re)descubro livros que já não sabia que tinha. E é, quase, como se os estivesse a folhear pela primeira vez. Alguns, não fui eu que os comprei, são heranças dos meus pais e dos meus sogros. São ecos de tempos idos, de uma era em que o suporte essencial para a difusão das ideias era o papel, uma era anterior às redes sociais e à própria invenção da internet.
O nome "Le Bouquin de Porto" é uma lembrança das deambulações pelas pequenas barracas dos bouquinistes de Paris – os vendedores de livros usados e antigos que exercem o seu ofício ao longo das margens do Sena –, sempre à procura daquele "bouquin" especial, há muito esgotado.
Termino com uma citação de Jorge Luis Borges, en "El enigma de la poesía", conferência pronunciada na Universidad de Harvard, curso de 1967-1968:
"Pues ¿qué es un libro en sí mismo? Un libro es un objeto físico en un mundo de objetos físicos. Es un conjunto de símbolos muertos. Y entonces llega el lector adecuado, y las palabras – o mejor, la poesía que ocultan las palabras, pues las palabras solas son meros símbolos – surgen a la vida, y asistimos a una resurrección del mundo."
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